América Latina berço #1 dos trabalhadores remotos
“Ouça os ventos da mudança” é uma música que podemos relacionar com o grande crescimento do trabalho remoto (WFH, em inglês) na América Latina. Os ventos estão soprando a favor, tornando-a a principal fonte de trabalhadores remotos e nômades digitais no mundo.
Uma prévia do futuro dos trabalhadores remotos
Os engenheiros de software na América Latina estão sendo contratados por empresas que operam internacionalmente em massa. Percebemos que trabalhar remotamente se tornou um estilo de vida, transformando os mercados de trabalho locais em toda a região.
De acordo com um estudo recente da agência de recrutamento britânica Page Group, até 44% das empresas que operam na América Latina têm funcionários trabalhando em um país fora de sua sede principal. Até 2022, esta região já havia superado todas as outras em termos de taxa de crescimento de contratação por parte de empresas não nacionais.
Os países da América Latina têm se beneficiado, pois compartilham o fuso horário com os Estados Unidos. O número de empresas norte-americanas com trabalhadores remotos na América Central e no Caribe, por exemplo, cresceu 300% entre 2020 e 2023, de acordo com uma nova pesquisa da Lightcast.
Page Group compartilhou um relatório com base nas respostas de aproximadamente 3.000 funcionários de sete países da América Latina. Lá, a maioria concordou que a estratégia para as empresas reterem talentos é oferecer remunerações altamente competitivas.
Num contexto em que as economias da América Latina estão enfraquecendo a cada dia mais, ser empregado por empresas estrangeiras significa que os trabalhadores locais qualificados podem superar o clima econômico em seus países. Além disso, os salários nesses cargos podem ser mais atraentes, com alguns dobrando o salário médio oferecido no mercado de trabalho local, de acordo com a Lexology. Acreditamos que essa situação está criando uma grande oportunidade em um contexto econômico incerto. Por exemplo, na Argentina em particular, os engenheiros de software estão sendo atraídos para trabalhar em empresas estrangeiras e serem pagos em dólares. Por essa razão, as empresas oferecem salários mais baixos, mas isso representa uma renda altamente competitiva em seu contexto.
Como já mencionamos, os dados indicam que isso já não é mais uma tendência. Trata-se de uma renovação completa do mercado de trabalho com menos fronteiras e mais oportunidades tanto para as empresas quanto para o trabalhadores remotos.
Conclusão
Em conclusão, a América Latina emergiu como uma fonte significativa de trabalhadores remotos e nômades digitais, revolucionando seus mercados de trabalho locais. O alinhamento favorável do fuso horário da região com os Estados Unidos e a crescente demanda por profissionais qualificados por empresas internacionais impulsionaram uma mudança dramática em direção ao trabalho remoto. Essa evolução tem proporcionado aos profissionais locais oportunidades de obter salários competitivos, muitas vezes em moedas mais fortes, ajudando-os a enfrentar os desafios econômicos em seus países de origem.
O crescimento do trabalho remoto não é apenas uma tendência passageira, mas sim uma mudança fundamental no cenário de emprego. Os dados destacam essa mudança, ressaltando o aumento substancial na contratação por empresas não nacionais e a preferência por estratégias de remuneração altamente competitivas para reter trabalhadores remotos. Países como a Argentina ilustram como profissionais locais, especialmente engenheiros de software, estão aproveitando essas oportunidades, se beneficiando de rendas mais altas enquanto contribuem para a força de trabalho global.
As implicações são profundas: menos fronteiras e mais oportunidades tanto para as empresas quanto para o trabalhadores remotos. Essa nova dinâmica promove um mercado de trabalho global mais interconectado e diversificado, onde as limitações geográficas são cada vez mais irrelevantes. À medida que a América Latina continua a se adaptar e prosperar nesta era de trabalho remoto, ela estabelece um precedente de como as regiões podem aproveitar oportunidades globais para melhorar as economias locais e aprimorar o sustento de sua força de trabalho.