Para muita gente, a ideia de ter um RH estruturado não combina com o ambiente de startups. Não caia na armadilha! Isso porque não é o tipo ou o tamanho da empresa que definem essa necessidade. A realidade é que as startups precisam de RH. Estamos falando de um trabalho profissional de gestão de pessoas, que garanta contratações mais assertivas e que impactem positivamente em diversos aspectos da organização – desde o cultural até o financeiro.
Esse mal entendido sobre o RH muitas vezes se mantém porque há executivos que ainda veem o profissional de Recursos Humanos como um ser que habita o Planeta Burocracia, cuja presença engessa processos, aniquila a inventividade e asfixia a inovação. Corre, que é cilada! Nunca o mercado se curvou tanto à importância dos hoje chamados gestores de gente. E é exatamente a série de vantagens que eles podem trazer para uma startup que veremos aqui.
RH estruturado = Valorização dos colaboradores
Para começar, dar importância ao RH significa valorizar não diretamente o negócio, mas os colaboradores. E colaboradores felizes, negócio próspero. Normalmente, são empresas que contratam melhor, investem mais no desenvolvimento dos funcionários e conseguem, por consequência, uma maior taxa de retenção de talentos. Rohma Abbas, da Workable, empresa de soluções de recrutamento presente nos Estados Unidos e Europa, fez um artigo bacana recentemente para o LinkedIn, no qual cita algumas das vantagens:
Decidir de forma mais justa: sem o RH, é grande a probabilidade de um aumento salarial e de uma promoção serem realizados sem critérios definidos, com base no feeling dos gerentes ou na maior proximidade/simpatia com um ou outro funcionário. Isso pode ser um golpe duro no clima organizacional. Decisões maduras e bem embasadas fazem toda a diferença na manutenção de uma equipe motivada e unida;
Formar gerentes: startups são celeiros de generalistas, aquele pessoal que joga nas 11. Isso faz com que a equipe se pegue muitas vezes desempenhando papeis de coordenação, sem no entanto ter experiência formal alguma para isso. Treinamentos gerenciais serão importantes porque a qualidade e o preparo de quem está à frente de um projeto reflete no clima organizacional, na produtividade e – ela de novo – na retenção de talentos;
Cuidar da cultura organizacional: bons departamentos de RH e de recrutamento conseguem conduzir funcionários sem parecer um patrulhamento. Estão orientando, dando feedbacks. São profissionais que levam em consideração a experiência do candidato e fazem questão de contato regular com colaboradores. Essa conduta ajuda a construir senso de equipe e uma forte cultura, que gera um igualmente poderoso employer brand, levando a melhores contratações;
Construir políticas claras: a empresa cresce, o número de colaboradores também e a propensão de surgirem questões novas no ambiente de trabalho fica maior – barulho, problemas com a temperatura do ar-condicionado, interesse em desempenhar tarefas remotamente, uso de bermudas, afastamento por doenças… Há que ter uma política clara que contemple todas as dúvidas. Isso evita que algo simples se torne em uma problemão. Rohma sugere até como fazer um manual que deixe claro como as coisas funcionam na empresa;
Construir carreiras: quando a empresa chega às primeiras dezenas de empregados, é essencial já ter em mente o que será feito para ajudá-los a desenvolverem as suas carreiras. O RH é o principal aliado para a missão! Ele ajudará a implementar programas que abrirão horizontes para os colaboradores e que serão importante arma para prevenção do turnover, que é desgastante e caro para a empresa.
O empreendedor indiano Andrine Mendez sugere algumas práticas de RH para startups em seu blog. Viveu na pele as agruras de identificar e contratar pessoas para a equipe e resolveu dividi-las. Vamos separar algumas:
1 – Keep hiring!
Mantenha-se de olho nos talentos do mercado. Faça um RH ativo. Não espere os grandes talentos baterem à sua porta. Há muitas portas;)
2 – Contrate rápido e dispense mais rápido ainda
Identificou um talento que dá match com o que você precisa? Seja rápido na contratação. Saltam aos olhos problemas em alguém novo na equipe? Aja rápido também para não deixar a situação virar uma bola de neve e contaminar o ambiente inteiro.
3 – A equipe é rei, não a empresa
O que é uma a empresa sem as pessoas? Paredes com móveis e equipamentos. Só! Quem faz a empresa são os colaboradores. Exercite esse mantra no dia a dia e deixe-o claro para os seus públicos interno e externo.
4 – Envolva todos na cultura da empresa
Evidencie a sua cultura. Tenha orgulho dela. Envolva os colaboradores e estimule-os a compartilharem de seus valores. Essa sensação de pertencimento é um motor importante para um bom clima organizacional e leva a muitas conquistas.
5 – Seja transparente
Nada de surpresas. Diga quando algo não está indo bem. Elogie as vitórias. Mas lembre-se: conflitos se resolvem em particular; elogios, sim, de forma pública. Não há mais espaço para gestores que constrangem.
Mais sugestões? Dá uma olhada no nosso material 4 dicas estratégicas de contratação para startups em crescimento.
Contratar, um dos maiores desafios das startups
O fundador da californiana TribeRH, Joseph Fung, disse, em artigo na Forbes, que se perguntarem a qualquer CEO de startup qual é o seu maior desafio ele tem certeza de que, nos primeiros lugares do ranking, virá “contratar talentos”. Isso porque o tempo vale ouro e precisa ser gasto de forma inteligente.
Em se tratando da área de TI, multiplique essa dificuldade ao cubo. A demanda é enorme, as especificidades são muitas, e chegar aos top talentos constitui-se em uma missão que requer planejamento e crença genuína de que uma boa gestão de pessoas opera verdadeiros milagres!
Mas a tecnologia pode ajudar a livrar os RHs dos conhecidos gargalos das seleções de profissionais e garantir contratações rápidas e eficientes.