Conhecida como o ato de adiar tarefas importantes, optando por atividades mais fáceis e prazerosas no curto prazo, a procrastinação pode causar estresse e prejuízos no desempenho pessoal e profissional.
Enquanto procrastinamos, o tempo parece nem passar. Ficamos horas a fio rolando o feed do Instagram, por exemplo, jurando que serão só mais 5 minutinhos antes de deixarmos o celular de lado e partir para a ação. Não só isso, mas às vezes aquela power nap se torna em horas de sono ou aquele nível no videogame vale demais o desafio. Mas como nem tudo são flores, isso tem um custo. E ele é enorme.
Quando adiamos o que precisa ser feito, não estamos apenas adiando tarefas; estamos acumulando estresse, frustração e, muitas vezes, prejuízos que se tornam um peso diário.
Em um mundo que exige cada vez mais produtividade, a procrastinação se destaca como um dos maiores desafios modernos. Mas afinal, o que leva alguém a procrastinar? E como evitar cair nessa armadilha que, embora pareça inofensiva, pode impactar negativamente nosso progresso em direção às nossas metas? No artigo de hoje vamos entender porque a procrastinação acontece e suas consequências.
A boa notícia? Procrastinar é um comportamento que pode ser compreendido, controlado e superado. Continue lendo!
O que é procrastinação?
Então o tempo passou e você nem percebeu, né? A procrastinação se tornou algo tão normal em nossas vidas, que um estudo amplamente disseminado em vários artigos revelam que 20% da população são procrastinadores crônicos.
Além disso, a nossa obsessão com prazos é ancestral, mas assim como temos a preocupação em não “deixar tudo para amanhã” temos também a autossabotagem que acompanha essa virtude e nos tira uma das coisas mais preciosas: o tempo.
A procrastinação pode ser descrita como o atraso voluntário em realizar tarefas que precisam ser feitas, sem que existam razões externas válidas para isso. Só que esse adiamento é muitas vezes acompanhado de sentimentos de culpa e arrependimento: os procrastinadores crônicos apresentam problemas de saúde mental e desregulação emocional principalmente se as demandas de produtividade são altas e a cultura de trabalho é intensa. Mas como tudo nessa vida, esse hábito vai depender de pessoa para pessoa.
Por que procrastinamos? Entendendo as raízes psicológicas
A procrastinação não é um hábito simples de desleixo ou preguiça, como muitos acreditam. Suas causas são variadas e, em muitos casos, estão profundamente ligadas ao nosso psicológico e à forma como lidamos com emoções e expectativas. Listamos as principais causas:
- Medo do fracasso: Muitas pessoas adiam fazer tarefas pelo medo de não conseguirem superar as expectativas e dificuldades que naturalmente vem com todo trabalho. Essas pessoas evitam fazer o que precisa ser feito como forma de “proteger” a autoestima. Pode parecer besteira, mas quem nunca olhou pra uma demanda e pensou “Não sei se consigo fazer isso…”. A procrastinação é a melhor amiga do medo.
- Perfeccionismo: Um pouco semelhante ao medo, o perfeccionismo é uma pressão que uma pessoa coloca em si mesma de forma que é criado um bloqueio, onde o medo supera o desejo de agir. Isso é paralisante, pois o indivíduo prefere por não fazer nada a se arriscar em fazer algo “não perfeito”.
- Falta de interesse ou motivação: O procrastinador nato tem um olhar afiado para reconhecer quando uma tarefa é pouco estimulante ou não apresenta benefícios diretos. Aqui, a espera por ou até mesmo falta de recompensa imediata, desencoraja o cérebro a se engajar. Aqui é importante destacar que a gestão de pessoas deve sempre estar atenta a como e para quem as tarefas estão sendo distribuídas dentro da organização a fim de otimizar e redirecionar a produtividade para o lugar certo.
- Indefinição de tarefas: Quando não está claro o que precisa ser feito ou até mesmo por onde começar, a motivação começa a fraquejar… Isso porque tarefas grandes e mal definidas tendem a parecer impossíveis, o que gera certa paralisia. Aqui, assim como na falta de motivação, precisa ser trabalhada a atenção aos detalhes e delegação de tarefas, além de uma liderança eficiente e coesa.
A Perspectiva psicológica sobre a procrastinação
Pesquisadores da área da psicologia apontam que a procrastinação é uma estratégia de evasão emocional. O cérebro tenta evitar o desconforto, a ansiedade e o estresse que podem surgir ao enfrentar uma tarefa que envolve responsabilidade. Segundo um estudo publicado no Procrastination and Stress: A Conceptual Review of Why Context Matters , a procrastinação funciona como uma “proteção” emocional de curto prazo, mas, ironicamente, cria uma cadeia de estresse prolongado que afeta o bem-estar a longo prazo.
Tipos de procrastinação
Classificando o comportamento procrastinatório
Para começar a desenvolver estratégias para combater a procrastinação, é preciso conhecer os seus tipos. São eles:
- Procrastinação ativa: Sabe aquele momento em que você diz “Vou deixar pra daqui a pouco.”? A procrastinação ativa é exatamente isso. Ela caracteriza-se por adiar a tarefa com a intenção de realizá-la posteriormente, em um momento de pressão Inclusive, ela é comum entre aqueles que dizem “trabalhar melhor sob pressão” e embora algumas pessoas realmente consigam manter a produtividade nesse tipo de procrastinação, ela pode se tornar prejudicial se levar ao esgotamento.
- Procrastinação passiva: Essa procrastinação é realmente aquela em que a pessoa não consegue começar porque para início de conversa, não sabe nem por onde começar! A pessoa se sente incapaz de iniciar e em muitos casos, essa procrastinação está ligada a sentimentos de inadequação ou insegurança.
- Procrastinação perfeccionista: Aqui o medo de falhar ou de fazer algo imperfeito simplesmente impede a pessoa de sequer começar. O perfeccionista prefere adiar indefinidamente do que lidar com a possibilidade de erro.
Como a procrastinação afeta a vida
Consequências no trabalho e estudos
A procrastinação não é apenas um obstáculo na vida profissional e acadêmica; ela é um fator que impacta profundamente a forma como conduzimos nossos objetivos. No trabalho, procrastinar pode comprometer a qualidade das entregas, além de destruir com a confiança dos colegas e superiores. Quando as tarefas são deixadas para a última hora, o nível de estresse aumenta, o que frequentemente resulta em baixa produtividade e resultados abaixo do esperado.
Impactos a longo prazo
A procrastinação crônica pode trazer muitos problemas, tanto na saúde mental quanto física. É preciso ter atenção redobrada pois pessoas que procrastinam consistentemente tendem a enfrentar mais altos níveis de ansiedade, culpa e baixa autoestima, e esses sentimentos acabam criando um ciclo contínuo de adiamento e produtividade baixíssima, o que a longo prazo, irá afetar negativamente na realização de sonhos e metas, comprometendo relacionamentos, carreira e bem-estar.
Dicas para superar a procrastinação
Enquanto que a dica mais importante e prática de todas seja “simplesmente não procrastine”, separamos 3 dicas que você também pode aplicar ao sentir que a procrastinação está batendo à porta:
- A Técnica pomodoro: Esse método consiste em trabalhar por 25 minutos seguidos de um breve intervalo. A técnica é eficaz para manter o foco em tarefas específicas e reduz a sensação de sobrecarga.
- Defina metas realistas: Em vez de estabelecer objetivos amplos, como “escrever um livro”, divida a tarefa em pequenos passos, como “escrever 500 palavras hoje”. Metas mensuráveis mantêm o cérebro motivado e criam uma sensação de progresso.
- Use a técnica “Se… Então…”: Essa técnica ajuda a prever obstáculos e pensar em soluções antecipadas. Por exemplo, “Se eu ficar com vontade de adiar, então farei uma pausa de 5 minutos e volto para o trabalho”.
Use ferramentas e apps recomendados
Para aqueles que precisam de ajuda extra para organizar tarefas, aplicativos como Trello, Notion, Forest e ClickUp podem ser de grande utilidade. O Trello organiza tarefas em quadros, Notion permite estruturar informações e listas de afazeres, enquanto Forest ajuda a manter o foco, recompensando o tempo dedicado a cada tarefa com um “jardim virtual” que cresce conforme o usuário trabalha. O ClickUp é perfeito para se organizar com o seu time e manter contato durante o dia, algo que ajuda a agilizar tarefas e cumprir obrigações.
Estruture a rotina
Crie uma rotina que facilite o cumprimento das tarefas. Uma ideia é dividir o dia em blocos e estabelecer horários fixos para as suas atividades, priorizando as que exigem mais foco durante o dia. Tarefas que demandam menos energias podem ser colocadas para depois do almoço, por exemplo. A ideia é iniciar cada dia com uma breve revisão de suas prioridades, para garantir que as atividades mais importantes sejam concluídas primeiro.
Conclusão: esqueça as desculpas
Procrastinar é algo que todos estamos sujeitos a fazer. É natural que tenhamos os nossos momentos de desmotivação ou até mesmo ócio induzido, portanto não é um bicho de sete cabeças. Mas a repetição da procrastinação já é outra história: se você dedica tempo para outras coisas e isso começa a influenciar a sua produtividade no trabalho, em casa e socialmente, existe um problema. Uma prática que muitos têm é se convencer por meio de desculpas como “faço depois” ou “só mais 5 minutinhos no celular” e isso é o suficiente para deixar demandas à espera e consequentemente influenciará na qualidade e eficácia das suas ações.
A dica da Geek para combater esse problema é: esqueça as desculpas! No fim do dia você terá que fazer o que deve ser feito e as desculpas com a procrastinação somente retardam o processo de iniciar as tarefas. Lembre-se de que há muitas técnicas de concentração que se colocadas de forma dinâmica tanto individualmente quanto para uma equipe terão resultados bem diferentes de um trabalho medíocre.
Portanto quando a vontade de procrastinar bater, lembre-se: quais são as desculpas te impedindo de fazer algo? Até a próxima!
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