Muitas coisas mudaram de 30 anos para cá na gestão de pessoas. Hoje, vivemos na era de ouro das transformações no RH, desde estratégias focadas no desenvolvimento pessoal até processos de onboarding adaptados a cada novo funcionário.
E com a inteligência emocional não poderia ser diferente: ela tem se tornado uma habilidade requisitada e primordial dentro das empresas, pois beneficia o todo muito mais do que aparenta.
É uma realidade: o mercado de trabalho valoriza cada vez mais em pessoas a capacidade de navegar pelas emoções complexas que surgem a partir das relações interpessoais no trabalho e nas tomadas de decisões sob grande pressão.
A inteligência emocional entra aqui, portanto, como uma ferramenta que não só ajuda profissionais que buscam evoluir em suas carreiras, como também os ajudam a exercer a liderança com eficácia.
No artigo de hoje, você descobrirá como desenvolver essa habilidade transformadora que pode não apenas melhorar sua vida profissional, mas também ajudar a criar um equilíbrio saudável entre suas emoções e seus objetivos. Continue lendo!
O que é inteligência emocional e qual a sua importância?
A inteligência emocional é a capacidade de reconhecer, entender e gerenciar as próprias emoções, bem como compreender as emoções dos outros.
O conceito ganhou notoriedade com o psicólogo Daniel Goleman, que o dividiu em cinco pilares: autoconsciência, autocontrole, motivação, empatia e habilidades sociais. Esses elementos estão presentes em todas as interações humanas e são fundamentais para a construção de relacionamentos saudáveis.
A inteligência emocional no contexto da liderança confere ao líder de reconhecer as suas emoções e usá-las de maneira construtiva ao mesmo tempo em que consegue perceber e compreender as emoções dos outros colaboradores. É muito importante para o líder, pois com ela sua abordagem pode se adaptar a cada membro da equipe de forma que consiga conduzir conversas de maneira construtiva e a oferecer sugestões de melhora sem ofender a autoestima do outro.
Esse tipo de inteligência é muito útil para evitar conflitos desnecessários e sentimentos de desvalorização e desrespeito. Além disso, profissionais emocionalmente inteligentes são excelentes em transformar crises em oportunidades.
Manter a calma em meio ao caos ajuda na tomada de decisões que precisam ser tomadas de forma racional e na colaboração produtiva entre equipes.
Entretanto, isso não significa que uma pessoa que sabe desenvolver a inteligência emocional não sinta raiva ou frustração e sim que são capazes de gerenciar essas emoções com o objetivo de que elas não influenciam negativamente nas tomadas de decisões e ações.
Como desenvolver a inteligência emocional
Para desenvolver a inteligência emocional é preciso compreender as próprias emoções.
Vamos usar como referência o psicólogo Daniel Goleman no que ele definiu através de cinco pilares da inteligência emocional: autoconhecimento, autocontrole, motivação, empatia e habilidades sociais. Cada um desses aspectos contribui para um maior entendimento e controle sobre as emoções, separamos eles em detalhes:
- Pratique o autoconhecimento: O autoconhecimento é o primeiro passo para o desenvolvimento emocional. Você, por exemplo, costuma ser impulsivo? Como reage a situações de estresse? Qual é a sua reação a uma discussão? Tire um momento do seu dia para refletir sobre suas emoções, quanto mais você os entender, mais estará perto de controlá-los.
- Trabalhe no autocontrole: Para botar a mão na massa em relação ao controle das emoções, parar por um momento e analisar a situação é um exemplo de autocontrole. Ao invés de reagir no calor do momento, puxe bem forte uma respiração e não tome decisões impulsivas. Isso pode te livrar de muitas dores de cabeça depois.
- Busque motivação interna: Pessoas com alta inteligência emocional não dependem de fatores externos para se motivar. Elas encontram força de vontade em suas próprias emoções, transformando frustrações em oportunidades e crescimento. Uma dica prática é estabelecer metas claras para si mesmo e manter o foco mesmo diante dos desafios.
- Seja empático: A empatia é a capacidade de entender o que o outro está sentindo, mesmo que você não concorde ou não compartilhe da mesma experiência. Pratique a escuta ativa e procure se colocar no lugar dos outros antes de julgar ou tirar conclusões precipitadas.
- Aperfeiçoe suas habilidades sociais: Ser emocionalmente inteligente também significa saber se relacionar bem com os outros. Trabalhe em suas habilidades de comunicação, evitando julgamentos e buscando sempre o diálogo aberto e honesto.
Exercícios práticos
Quer colocar a inteligência emocional em prática no seu dia a dia? Aqui vão algumas sugestões:
- Diário das emoções: Uma forma de identificar padrões de comportamento é compilando o máximo de informações sobre as suas emoções e refletir sobre elas. Uma boa prática é escrever um diário das emoções que foram sentidas ao longo do dia.
- Simulações de conflito: Imagine uma situação em que você costuma perder o controle emocional — uma reunião difícil, por exemplo. Agora, simule uma reação mais controlada e empática. Esse tipo de exercício mental pode ajudá-lo a melhorar suas respostas no mundo real.
- Meditação e mindfulness: A meditação é cientificamente atrelada a redução de níveis altos de estresse. Praticá-la, mesmo que seja por apenas 15 minutos durante o dia, é uma ótima forma de colocar as coisas em perspectiva e regular o seu sistema nervoso frente a situações estressantes.
Motivação: inspirando a equipe através da inteligência emocional
Quando qualquer profissional, e principalmente um líder, entende que a motivação vem de dentro e que ela é mais importante que números e metas, ele sabe despertar essa energia interna entre os colaboradores. Isso acontece porque o inteligente emocional entende dos interesses individuais e coletivos, bem como dos desafios emocionais que cada um enfrenta e sabe como criar um ambiente de inspiração e valorização entre as pessoas.
Essa motivação que vem da inteligência emocional consegue ser muito mais poderosa do que a imposta por pressões externas. Ela surge da conexão genuína entre o líder e a sua equipe e também da empatia e reconhecimento das necessidades dos outros. Quando todas essas coisas são adicionadas, o caminho para o sucesso fica mais saudável e, sim, até mais fácil.
Conclusão
As empresas e a gestão de pessoas do futuro que investem em líderes e funcionários com essa habilidade tendem a ter ambientes mais saudáveis, resultados mais expressivos e colaboradores mais engajados.
Quando você investe a longo prazo em iniciativas hoje que futuramente serão o padrão na gestão de pessoas, está um passo à frente em relação ao sucesso da empresa. Sucesso esse, que inclusive acompanha os funcionários e melhora não só a qualidade da empresa, como também a qualidade de vida daqueles que nela trabalham.
E essa competência, como falamos acima, começa pelo autoconhecimento, passa pelo autocontrole, pela empatia e culmina na capacidade de inspirar e motivar.
A pergunta que fica é: você está preparado para revolucionar o crescimento da sua gestão de pessoas e a vida dos seus colaboradores? Conte com o desenvolvimento da inteligência emocional!