O avanço da tecnologia vem facilitando a vida dos profissionais de RH. No processo de contratação, é possível encontrar métodos eficientes que deixam de lado o “cara a cara” tradicional e apostam até em entrevistas por videoconferencia.
Apesar de não presenciais, essa parte do processo por meio de vídeos se tornou uma tendência dentro das empresas. Especialmente àquelas que precisam recrutar profissionais de fora da sua cidade ou Estado.
O uso dos vídeos nesse fase, se for feito da forma correta, é um facilitador que agiliza – e muito – o processo de contração. É possível economizar até 80% do tempo em relação a um processo de entrevista tradicional.
A ausência do olho no olho e da análise do comportamento corporal como um todo pode comprometer uma videoconferencia se o recrutador não ficar atento à outros detalhes que esse tipo de seleção exige. São eles:
1. Preparação
Essa dica vale tanto para um recrutador como para um candidato. A preparação antes de iniciar uma call entre os dois é fundamental, portanto é ideal checar tudo.
A parte técnica precisa receber atenção redobrada, como a qualidade do microfone, a estabilidade da conexão e até o acesso ao programa que será utilizado.
A conversa utilizará de recursos visuais ou somente áudio? Essa é uma informação que vale ser avisada para o candidato com antecedência. E, na contramão do aviso, esperar que o candidato acione o recurso de imediato.
É importante lembrar também que, apesar de ser uma entrevista realizada de forma não convencional, os padrões de comportamento e seriedade são os mesmos de uma entrevista frente a frente.
2. Apresentação
Por mais que seu candidato esteja falando em um ambiente mais tranquilo para ele, é necessário que ele se apresente da mesma forma que se apresentaria em uma entrevista tradicional.
Os cuidados com o que ele está vestindo e com a higiene são básicos para qualquer tipo de entrevista, mesmo que seja através de dois computadores.
O fato dele estar desleixado diz muito sobre seu nível de profissionalismo, e pode mostrar até um desconhecimento da postura que a empresa pede.
3. Comportamento e expressões
Um dos pontos mais avaliados pelos recrutadores é o comportamento do entrevistado. Ele é fundamental para uma avaliação bem feita pelo profissional do RH.
Existe um conjunto de expressões faciais e gesticulação que podem contar muito sobre a pessoa entrevistada. Por exemplo, se o candidato se posiciona todo o tempo de braços cruzados, pode indicar falta de paciência no processo ou mesmo que ele está fechado em relação àquela conversa.
E isso não pode deixar de ser avaliado dentro da entrevista por videoconferencia. Apesar da limitação da tela, ainda é possível detectar um grande número de sinais que transmitem o que a pessoa está pensando.
O direcionamento do olhar, a expressão facial e até um sorriso podem configurar o nível de confiança e veracidade daquilo que o entrevistado está falando.
4. Movimentos e linguagem não verbal
Além do olhar e do rosto, é possível ver alguns movimentos involuntários que podem dizer muito sobre o candidato. É o caso das inclinações corporais. Elas podem indicar tranquilidade ao falar algo ou até nervosismo e falta de segurança no tópico que está sendo discutido.
Um candidato que se inclina para a frente quando o entrevistador está falando pode mostrar um interesse real pelo assunto. Ou então, caso esteja tentando se distanciar, pode indicar que o entrevistado quer “fugir” daquela situação.
5. Comunicação clara
O entrevistado precisa conseguir se comunicar de forma clara e objetiva. Ainda mais por estar em um ambiente mais favorável para ele, é fundamental que ele consiga expressar exatamente o que pensa.
A organização de ideias e a comunicação refinada são importantes para quem está concorrendo a uma vaga.
6. Linguagem
Acompanhando o tópico da clareza na comunicação, a linguagem também se torna um ponto fundamental no processo de seleção de um candidato. O domínio da língua é requisito importante, principalmente em cargos altos ou cargos que envolvam contato com clientes da empresa.
A construção de frases mais elaboradas, utilizando uma norma culta, são pontos que devem ser avaliados. Um vasto vocabulário e até o conhecimento em outras línguas podem ser avaliados caso seja necessário, podendo ter alguma parte da videoconferencia em um idioma diferente.
7. Tom de voz
O recrutador consegue perceber a real intenção do candidato pelo tom da voz. Demonstrar entusiasmo é importante para definir o grau de interesse em relação à vaga, porém isso não quer dizer que a pessoa é um ótima candidata apenas pelo excesso de entusiasmo, isso pode inclusive significar um certo nervosismo e inexperiência.
Portanto é fundamental entender qual é um tom aceitável e o porque ela está empolgada. Existem muitos candidatos que se interessam apenas pela oportunidade financeira, mas não pela experiência da vaga ou da empresa em si.
E isso fica claro pela voz.
8. Observe onde está seu foco
Que atire a primeira pedra o recrutador que nunca pegou um bocejo ou uma distração em uma avaliação. Por Skype esses pequenos detalhes são mais difíceis de perceber. Por outro lado é ainda mais fácil do candidato se desfocar, afinal, ele está em frente ao seu próprio computador.
Peça sempre para que ele use a câmera, observe para onde ele olha, o tempo que leva para responder suas perguntas e até, se digita enquanto conversa com você.
9. Conhecimento e experiência
Um currículo possui tudo o que o candidato já fez e de forma detalhada. Porém a conversa por vídeo pode trazer alguns pontos que não são possíveis de serem transmitidos por texto.
As situações vividas dentro de outras empresas são evidenciadas durante a conversa, e elas serão utilizadas na validação de situações cotidianas que podem ser vivenciadas na nova empresa. Um recrutador precisa ter essa habilidade de comparar esses valores e jogar para o dia a dia da empresa que trabalha.
É uma das melhores maneiras de encontrar um candidato que se encaixa no ritmo da empresa e não se sentiria deslocado dentro da rotina vivenciada ali.
Não há porque reinventar a roda em uma entrevista por videoconferência
Apesar de ser um recurso que é ainda pouco utilizado na área, a entrevista por videoconferencia não é nenhuma invenção extraordinária.
Para utilizar essa estratégia, não é necessário reinventar a forma com que a abordagem é feita com os candidatos.
A aplicação dos conhecimentos de RH para a seleção dos melhores candidatos não é alterada pela presença do vídeo.
É necessário algumas adaptações sim, mas não há nenhum grande segredo.
A real diferença entre esse formato e o tradicional, é a dinâmica do processo que se torna muito mais ágil por não depender de deslocamentos.
Nos próximos anos é bem possível que o uso desse método de se torne cada vez mais comum, principalmente com o domínio dos vídeos que acontece no mercado em geral.
Portanto é um bom momento para começar a tentar incluir essa estratégia aos poucos no dia a dia.