Ergonomia é a ciência que estuda a relação entre as pessoas e o ambiente de trabalho. Seu objetivo é tornar o trabalho mais seguro, confortável e eficiente. Por isso, empresas que investem em ergonomia cuidam melhor da equipe e melhoram os resultados.
A palavra vem do grego: ergon (trabalho) e nomos (regras). Com o tempo, a ergonomia passou a reunir conhecimentos de diversas áreas, como anatomia, psicologia, engenharia e administração. Isso mostra como essa abordagem é multidisciplinar e aplicável a diferentes contextos.
Hoje, você pode usá-la para prevenir doenças ocupacionais, evitar lesões e promover ambientes mais saudáveis. Além disso, ela contribui para uma cultura organizacional mais consciente e sustentável.
De acordo com a OMS, mais de 1,7 bilhão de pessoas sofrem de doenças osteomusculares no mundo. No Brasil, mais de 20% dos afastamentos do trabalho ocorrem por causas que a ergonomia pode prevenir. Ou seja, não se trata de um detalhe: é uma questão de saúde pública e eficiência empresarial.
Por que aplicar ergonomia nas empresas?
Ignorar a ergonomia traz prejuízos sérios. Postos de trabalho mal planejados causam dores, desconforto, estresse e afastamentos. Como consequência, a produtividade cai e os custos aumentam.
Por outro lado, empresas que adotam boas práticas ergonômicas colhem benefícios reais e mensuráveis. Veja a seguir os principais:
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Redução de doenças como LER e DORT;
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Aumento da concentração e da produtividade;
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Melhoria do clima organizacional;
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Diminuição dos gastos com saúde e absenteísmo;
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Conformidade com normas legais, como a NR-17.
Além disso, empresas que aplicam ergonomia com seriedade demonstram que valorizam o capital humano. Com isso, fortalecem sua marca empregadora e atraem profissionais mais qualificados.
Tipos de ergonomia: um tripé que precisa funcionar em equilíbrio
A ergonomia se divide em três áreas principais. Cada uma atua de forma complementar. Em outras palavras, o melhor resultado aparece quando todas se integram.
1. Ergonomia física
Essa é a mais visível. Ela foca no corpo e analisa postura, esforço repetitivo, mobiliário, iluminação e temperatura. Assim, busca evitar dores, tensões e lesões musculares.
2. Ergonomia cognitiva
Essa área cuida da mente. Ela reduz o estresse, diminui o cansaço mental e melhora a concentração. Além disso, facilita a tomada de decisões e o uso de sistemas digitais.
3. Ergonomia organizacional
Essa vertente trata da estrutura do trabalho. Inclui pausas, metas, turnos, cultura e relações interpessoais. Portanto, ela ajuda a construir uma base mais saudável e produtiva para o dia a dia.
Em resumo, a ergonomia funciona melhor quando corpo, mente e organização caminham juntos.
Sinais de que sua empresa precisa melhorar a ergonomia
Nem sempre os problemas são visíveis. No entanto, alguns sinais revelam que a ergonomia precisa de atenção imediata:
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Colaboradores com dores constantes e queixas físicas;
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Afastamentos frequentes por motivos semelhantes;
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Postos de trabalho improvisados ou com mobiliário inadequado;
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Queda na produtividade sem motivo claro;
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Ambientes com clima pesado ou falta de motivação.
Se você identifica dois ou mais desses sinais, é hora de agir. Afinal, a negligência custa caro — tanto para a saúde do time quanto para os resultados da empresa.
Como aplicar ergonomia no ambiente de trabalho
Você não precisa fazer tudo de uma vez. Com ações simples e bem estruturadas, já é possível começar. A seguir, veja um plano prático:
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Observe o ambiente: analise os postos de trabalho, converse com os colaboradores e use checklists.
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Adapte o espaço físico: troque cadeiras ruins, regule monitores, melhore a ventilação e a iluminação.
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Crie pausas e movimento: estimule alongamentos e pequenas caminhadas durante o expediente.
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Ofereça treinamentos básicos: ensine boas posturas, ajustes simples e formas de evitar tensões.
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Revise metas e processos: evite jornadas longas, sobrecarga de tarefas e metas inalcançáveis.
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Monitore os resultados: acompanhe indicadores de saúde, produtividade e engajamento.
Além disso, lembre-se de que ergonomia não é pontual. Ela precisa de atualização constante e revisão periódica.
O que diz a NR-17 sobre ergonomia
A NR-17 é a norma que regulamenta a ergonomia no ambiente de trabalho no Brasil. Segui-la é uma exigência legal — e também uma forma de proteger colaboradores e negócios.
De acordo com a norma, as empresas devem:
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Adaptar os postos de trabalho ao perfil do colaborador;
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Fazer análise ergonômica das atividades;
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Garantir pausas em atividades repetitivas;
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Estabelecer regras para o transporte manual de cargas.
Portanto, ao cumprir a NR-17, a empresa evita multas, reduz riscos trabalhistas e demonstra responsabilidade social.
Benefícios da ergonomia bem aplicada
Quando bem feita, a ergonomia gera ganhos concretos. Veja os principais:
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Menos afastamentos: com mais conforto, as pessoas permanecem ativas no trabalho;
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Mais foco e energia: menos dor e estresse aumentam o desempenho;
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Clima positivo: um ambiente saudável melhora a motivação da equipe;
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Menos custos ocultos: como ações judiciais, uso de convênios e rotatividade;
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Atração e retenção de talentos: profissionais valorizam empresas que cuidam de sua saúde.
Além disso, a ergonomia mostra que a empresa pensa no longo prazo.
Ergonomia no home office: como garantir conforto fora do escritório
Com o avanço do trabalho remoto, a ergonomia também precisa ir além do ambiente corporativo. Tanto o colaborador quanto a empresa compartilham essa responsabilidade.
Dicas práticas para melhorar a ergonomia em casa:
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Use cadeiras com ajuste de altura e apoio lombar;
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Mantenha o monitor na altura dos olhos;
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Apoie os pés no chão ou em um suporte;
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Faça pausas curtas a cada 50 minutos;
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Tenha boa iluminação e regule a temperatura do ambiente.
Além disso, a empresa pode apoiar com orientações, reembolsos ou kits ergonômicos. Dessa forma, mesmo em casa, o colaborador consegue manter o desempenho com bem-estar.
Conclusão: ergonomia é estratégia — não custo
Cuidar da ergonomia é cuidar do futuro. Empresas que valorizam o conforto, a saúde e a produtividade das pessoas constroem ambientes mais sustentáveis e humanos.
Portanto, comece o quanto antes. Aplique melhorias simples, eduque sua equipe e acompanhe os resultados. Ergonomia bem-feita é um diferencial competitivo — e um sinal de respeito com quem realmente move o negócio: as pessoas.