Errar é humano. E até aquele profissional mais preparado está propenso a alguns escorregões em tarefas para as quais tem total domínio. Por isso separei aqui erros que um recrutador pode estar cometendo, e que acabam sabotando os seus resultados. E pior: muitas vezes você está no piloto automático e nem se dá conta deles!
Eu os considero verdadeiras cascas de banana, que ameaçam mesmo os melhores profissionais. E a ironia é que são ciladas armadas por nós mesmos! Elas podem ser resultado, por exemplo, de fatores comuns para quem está na roda-viva das contratações: falta de tempo ou clareza sobre a vaga e o perfil que ela exige.
Não é para causar estresse! São situações administráveis, desde que identificadas e banidas imediatamente da sua cartilha.
Confira os top 4 erros que NENHUM recrutador deve cometer:
1- Prever “nãos”, baseado-se apenas no que leu
Ah, o candidato não vai querer morar nesta cidade!
Humm… ele pediu um salário maior do que a oportunidade oferece!
Puxa! a vaga pede 5 anos de experiência e o candidato tem pouco mais de 3!
Tire essas certezas da cabeça!
Não é porque o candidato colocou essas informações no currículo que está na sua caixa de emails ou o disponibilizou na página do LinkedIn que estas são verdades definitivas.
Aqui na Geekhunter, já vimos muitas situações desse tipo que, com uma boa conversa, resultaram em finais felizes.
Motivos?
Pode ser que a empresa atraia tanto o candidato que ele abra mão de uma ou outra de suas pretensões iniciais.
Pode ser que o candidato dê um fit tão bom com a empresa, que o fato de ter menos tempo de experiência do que o exigido na vaga seja irrelevante.
Arrisque conferir, antes de descartar o candidato.
2- Deixar de criar um bom clima para entrevistas
Entrevista de emprego é uma das situações campeãs em nervosismo entre os profissionais de qualquer área. Há quem diga que rivalizam até com o maior medo humano: o de falar em público.
Começar a entrevista com um mecânico bom-dia ou boa-tarde, e já metralhar o candidato com as perguntas que você roteirizou, só aumenta a chance de um bom perfil performar mal na entrevista por não controlar a ansiedade.
Faz toda a diferença para o candidato saber exatamente o que se passa na cabeça de quem está a cargo do recrutamento. Antecipar como será a entrevista e cada etapa do processo. Conferir se ele entendeu bem o que a vaga exige.
No LinkedIn, existe um monte de postagens de profissionais criticando a falta de retorno dos RHs.
No outro extremo, também é fácil encontrar publicações de quem sentiu positivamente surpreendido pela forma com que o processo de atração e seleção foi conduzido.
Por isso, costumamos dizer, aqui na Geekhunter: exercitar a empatia é fundamental. Inteligência emocional sempre cai bem. Seja na atração, seleção ou retenção de um talento. E isso se fortalece entre as tendências sem volta de mercado.
3- Cadê aquele processo seletivo que estava aqui? O gato comeu!
Não tem nada que deponha mais contra uma empresa do que o recrutador sumir sem deixar sinais.
A lógica usada é: se ele faz isso na seleção, imagina o que acontece depois da contratação!
O certo é que nem Freud explica a dificuldade de um recrutador de darem um feedback mínimo para o candidato. Deixar o profissional no vácuo, sem sequer saber se o processo seletivo foi encerrado é mais do que erro, é maldade mesmo!
Coloque-se no lugar do candidato – sim, mais uma vez, empatia! Como você se sentiria? E mais: você não ficaria também tentado a colocar a empresa no seu “caderninho negro”?
A gente sabe que o tempo é o maior rival do recrutador modelo, mas sempre que possível, troque o email automatizado por algo mais humanizado. Pode até ser um email personalizado ou, melhor, um telefonema explicando objetivamente no que o candidato pode melhorar para que se saia melhor, em uma oportunidade futura.
4- Dinheiro esquecido no bolso do casaco
Vi uma vez um consultor em recrutamento fazer a seguinte comparação: sabe aquela sensação de encontrar uma nota alta de dólar no bolso da calça?
Uma sorte e tanto, é claro. Mas é bem mais do que isso: você certamente batalhou para conseguir aquele dinheiro. Que ia se perdendo…
É mais ou menos o que acontece com candidatos. Você investe tempo e dinheiro na seleção deles e, por algum motivo, alguns muito bons não são escolhidos. Às vezes, por uma questão de salário, por exemplo.
E lá se vai esse profissional cair numa espécie de Triângulo das Bermudas e desaparecer do seu radar…
Pensou no prejuízo? Não faça do salário um mistério. E, como dissemos no item 1, esteja disposto a quebrar objeções.
5- Perder a chance de vender seu peixe
A nossa experiência no dia a dia do recrutador em tecnologia mostra que não é só o candidato que precisa vender bem o seu peixe.
Em tempos de employer branding em alta, o processo de seleção é um valioso cartão de visita da sua empresa. E pode ser um item importante que conte a favor ou contra da reputação da marca.
Lembre-se do mercado aquecido, dos concorrentes competindo com você pelos melhores talentos…
Capriche ao apresentar seus valores, seus diferenciais. Mesmo que o candidato não seja escolhido, que leve uma boa impressão de seu processo seletivo e empresa e tenha chances de virar um advogado da marca.
Viu quantas armadilhas?
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