Muitas das tendências apontadas para este ano estarão ainda mais fortes para o próximo. O jogo endureceu. O cenário cada vez mais disruptivo requer muita disposição e preparo por parte dos desenvolvedores, que encontram um ambiente em que a competitividade se acirra, e dos profissionais de RH, que já entenderam que precisam ir muito além dos critérios técnicos de outrora para preencher bem uma vaga.
Ratificando outra tendência do último ano, na lista de profissões que devem bombar em 2018, segundo empresas como a Metta Capital Humano, a área de tecnologia mantém lugar cativo. Desenvolvedores de e-commerce e de apps estão com tudo. E quem vai identificar, atrair e selecionar esse pessoal a quem o mercado estende o tapete vermelho? Sim, as equipes de Recursos Humanos, uma categoria também em alta e que, enfim, assume o seu devido protagonismo numa época em que o capital humano se consolida como ferramenta estratégica para o sucesso das empresas.
Não têm sido tempos fáceis para o RH, convenhamos. A montanha-russa em que se transformou a economia do país requer sangue frio, e as transformações radicais nos perfis de colaboradores buscados, também. Em tempos de recursos financeiros contadinhos, moeda a moeda, o recrutador só tem duas opções: acertar ou acertar na escolha do candidato. Porque, como temos visto aqui, o mau recrutamento é um ralo por onde escorrem recursos preciosos.
O bom recrutamento, um ganho em todos os sentidos. Temos que ter em mente que, desde a hora em que os candidatos em potencial são identificados até o momento em que são recebidos no time, entra em curso um processo de seleção que normalmente se prolonga por semanas. Ou seja, há um grande investimento aí.
Vimos isso no post Dicas Estratégias para reduzir os custos de uma contratação, sempre muito atual. Mas é só o começo. Reter o talento conquistado é a batalha seguinte contra o desperdício de tempo e dinheiro, como veremos mais adiante.
Transformação, codinome RH
Em rupturas esperadas em 2018, dividimos com vocês tendências de curto prazo no RH, na área de TI, para as quais não se pode mais fechar os olhos. Agora, entrando no clima das listas de final de ano, vamos selecionar 8 pontos que o gestor de pessoas não pode deixar de lado na sua programação para 2018. O RH está no olho do furacão, esta é a verdade. A tecnologia saiu varrendo o mercado de trabalho e as regras precisaram ser revistas e ampliadas. Vamos a elas:
1- Flexibilidade de trabalho
Talvez este seja um dos benefícios mais desejados entre os devs. Considere abrir espaço para o trabalho remoto ou para a flexibilidade de horário. É uma tendência mundial que faz bem a todos, especialmente quando a balança entre vida pessoal e profissional tenta estar em equilíbrio. Em troca, espere ganhos importantes, como um comprometimento maior. É lógico que nem todo mundo tem perfil para tomar conta de seu próprio nariz, muito menos da agenda.
Mas essa é uma habilidade que, em pouco tempo, será tão importante quanto dominar outros idiomas. E o que a gente quer são colaboradores felizes, certo? Por eles e por nós. Pesquisas mostram que trabalhadores de bem com a vida conseguem melhores resultados e ficam mais tempo em ambientes confortáveis e de tratamento diferenciado – leia-se humanizado. Funcionários bem-resolvidos em nível pessoal têm tudo para performar melhor no ambiente corporativo.
2- #tamojunto
Foque no time de desenvolvimento como um todo, não no desenvolvedor individualmente. Antes, tínhamos a Era do indivíduo. Hoje, ninguém existe sem fazer parte de algo maior, de um propósito, de um pacote de valores bem estabelecidos que deem sustentação ao clima organizacional. O recrutador atual analisa o candidato também em relação à sua complementaridade à equipe.
É a pessoa escolhida por habilidades e competências que trarão ganhos para objetivos e metas do departamento. Adaptando o velho ditado, “uma andorinha um dev não faz verão”. Sucesso é plural. E essa união de colaboradores é a base para a solidez da empresa. Em 2018, isso estará ainda mais claro.
3- Boa experiência do candidato
Esse é um item tão relevante, que fizemos o post o que fazer para o candidato ter uma boa experiência de candidato. Assim como os consumidores, os candidatos aprenderam a importância de uma boa experiência com a empresa, desde a etapa de atração para a vaga. E as organizações aprenderam, por sua vez, que numa sociedade que se comunica em tempo real, uma má experiência de candidato pode ter consequências devastadoras para a reputação de uma marca.
A empresa de recrutamento The Hire Lab chegou à seguinte conclusão, em pesquisa sobre experiência de candidato:
- 60% dão as costas a processos de seleção longos;
- 58% ressentem-se da total falta de feedback;
- 64% afirmam meter a boca no trombone sobre experiências negativas;
- 38% garantem que a marca vai direto para a sua lista negra e deixam de consumi-la, se o contato durante a seleção deixar a desejar.
E não estamos restringindo a boa experiência apenas ao novo funcionário. Ela deve se estender, inclusive, ao funcionário em vias de ser desligado, como no artigo a importância de uma estratégia para os funcionários que estão saindo.
Resumindo, diga-me como é a sua gestão de pessoas, do recrutamento ao desligamento, e eu te direi quem és. Em especial, em 2018 😉
4 – Feedback
Não se tem mais dúvidas sobre a importância do feedback desde o início do processo de recrutamento. Ironicamente, mesmo que reconhecido como merecedor de lugar de destaque entre as ferramentas de RH, muita gente ainda se ressente de sua falta nos processos seletivos.
A manager de Pessoas e Performance da Vitta, Ana Julia Trindade, em entrevista ao portal Mundo RH, chamou a atenção para o fato de o feedback tornar o processo mais humanizado, respeitoso e diferenciado, ajudando os candidatos à reflexão e também a elevar a régua deles para próximas oportunidades. E é uma via de mão dupla. O candidato pode ser encorajado a também oferecer inputs para a melhoria do recrutamento e da gestão de pessoas em geral.
5 – Reinado do candidato e engajamento
Tom Haak, diretor do HR Institute, comemora o reinado do candidato/funcionário como tendência forte em 2018. Segundo ele, agradar os colaboradores se tornou mais importante do que agradar o chefe. Tanto que a boa experiência do candidato é um dos itens dessa nossa lista e só faz ganhar em importância, como vimos, entre os especialistas de gestão de pessoas. Philip Piletic, escritor de tecnologia e inovação, afirma no site HRZone que ainda existe um certo embate entre a cúpula das organizações e o RH – os primeiros ainda tendendo a contratar no impulso, e o RH defendendo a necessidade de match em uma série de critérios com um nível de complexidade e tanto.
Ambos especialistas alertam que a tecnologia empoderou o RH, com dados e ferramentas que fizeram as avaliações ficarem muito mais precisas e assertivas, colocando esse profissional mais perto do candidato. Detalhe: Michael Heller, CEO & Founder da iRevu, informa que 43% dos colaboradores altamente engajados recebem feedback pelo menos 2 vezes por semana. Mas ele se refere ao feedback certo, que mostre o que corrigir, o que evitar e o que manter e fortalecer. As pessoas querem olhar para o horizonte e saber para onde vão as suas carreiras. Sem esse direcionamento, ninguém dá o próximo passo com motivação.
6- Incentivo à atualização constante
O mundo muda o tempo todo e requer constante atualização. Incentivar a fome de saber dos funcionários e desenvolver oportunidades é essencial, diz Lauren Stafford, especialista em RH, lembrando que no mundo contemporâneo uma carreira pode se estender a 60 anos! E ela convida a uma experiência colaborativa, na qual os departamentos estejam abertos e oportunizem essa troca rica de conteúdos. Não se trata mais do meu ou do seu departamento, mas da nossa organização. Em 2018, o “eu” definitivamente dará lugar ao “nós”.
7- Diversidade e humanização
Uma empresa aberta a várias culturas, a idades diferentes, a gêneros diversos, a conhecimentos distintos, a pessoas com deficiência, enfim, de visão aberta, generosa e inclusiva. Essa é a organização do futuro. E com espaço que estimule a socialização e questões ligadas a uma maior qualidade de vida. Todos querem se sentir parte de algo que dê orgulho.
Os valores da empresa e os valores dos funcionários têm que andar lado a lado. Em 2018, iremos nos distanciar ainda mais do engessamento daquele tempo em que o trabalho reproduzia a monotonia e a impessoalidade de uma linha de produção. Seus candidatos e funcionários cada vez mais estarão de olho em diferenciais desse tipo. Não é apenas o salário que conta, insistimos aqui. Ele é a pontinha desse iceberg.
8 – Recrutamento inteligente
Tecnologia e RH estarão mais colados do que nunca. Junte homem e máquina no recrutamento, por exemplo, e o que temos? Um golaço! Imagine um processo de seleção automatizado, especialmente em áreas de trabalho como a programação, na qual faz toda a diferença que currículo e performance do candidato possam ser medidos de forma criteriosa previamente. Afinal, o recrutamento hoje é ciência.
As tecnologias revolucionaram completamente a área, predictable + friendly. Isso é o que você encontra em plataformas como a GeekHunter, que desde 2015 vem revolucionando o cenário das contratações, levando uma experiência única a candidatos e uma eficiência sem precedentes a recrutadores. O segredo? Inteligência artificial e machine learning usadas em conjunto com os conceitos mais atuais de recrutamento. Yes! RH data driven na sua mais pura forma, outra super tendência para 2018!